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O futuro é da economia do conhecimento

Lula atualizou seu pensamento sobre a retomada da industrialização. Parece ter sido convencido de que estamos longe da indústria contemporânea

Sérgio Abranches, para Headline
#LULA1 de jan. de 232 min de leitura
O novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acena para apoiadores ao chegar com sua esposa, a primeira-dama Rosangela 'Janja' da Silva, o novo vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa Maria Lucia Ribeiro Alckmin, no Palácio do Planalto, em Brasília. Fotos: Carl de Souza/AFP
Sérgio Abranches, para Headline1 de jan. de 232 min de leitura

Na economia, Lula quer mirar outro patamar para o Brasil na economia global. “O Brasil pode e deve figurar na primeira linha da economia global”. A principal diferença entre o “Lula 3” e seus governos anteriores foi a substituição de uma visão retrógrada de indústria por uma contemporânea.

Não se ouviu mais o Lula cuja defesa da indústria levou à política de campeões nacionais que não deu certo. Não houve ganhos de competitividade ou produtividade na indústria brasileira, que continuou ineficiente e dependente do Estado.

O que se ouviu, foi outro discurso, apontando para a indústria contemporânea. “O futuro pertencerá a quem investir na indústria do conhecimento”, disse e prometeu que ela será objeto “de uma estratégia nacional, planejada em diálogo com o setor produtivo, centros de pesquisa e universidades”.

Lula disse mais, que “nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental, a partir da criatividade da bioeconomia e dos empreendimentos da socio-biodiversidade”. Prometeu dar início à transição “energética e ecológica para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte, uma indústria mais verde”.

Lula não propõe abandonar os setores mais tradicionais, mas parece ter se convencido de que o futuro é outro e, nele, o Brasil pode dar certo.

Lula abraça o líder indígena e ambientalista brasileiro Raoni Metuktire, conhecido como Cacique Raoni, após receber a faixa presidencial, no Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Carl de Souza/AFP
Lula abraça o líder indígena e ambientalista brasileiro Raoni Metuktire, conhecido como Cacique Raoni, após receber a faixa presidencial, no Palácio do Planalto, em Brasília.

No campo mais tradicional, Lula disse que o “Brasil é grande demais para renunciar a seu potencial produtivo”. Para ele, “não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes, plataformas de petróleo, microprocessadores, aeronaves e satélites”. Aposta que “temos capacidade técnica, capitais e mercado em grau suficiente para retomar a industrialização e a oferta de serviços em nível competitivo”.

* Sérgio Abranches é sociólogo, cientista político e escritor. É autor de “Presidencialismo de coalizão”.

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